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Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção.
E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Gênesis 12:1-3

Habitantes imemoriais da bacia do rio Juruena no estado do Mato Grosso, os Rikbaktsa permaneceram 'desconhecidos' dos brasileiros não-indígenas até metade do século 20, quando seringueiros americanos e espanhóis invadiram seus territórios com o apoio do governo brasileiros com a famosa 'guerra da borracha' incentivada pela revolução industrial.
 
Os Rikbaktsa eram vistos como grandes guerreiros por outros grupos indígenas por terem estado em guerra com várias etnias próximas, como os Cinta Larga e Pareci. Indústrias da borracha resolveram pagar ex-prisioneiros da região do Mato Grosso para trabalhar como seringueiros e foram orientados a matar indígenas "caso fosse necessário". Muitos encontros sangrentos aconteceram, principalmente quando os Rikbaktsa entravam na mata fechada à procura de animais para caçar e de penas para fazer seus  artefatos.
 
Seringueiros financiaram missionários católicos para entrar em terras Rikbaktsa em 1657 em uma ação do que era chamado por eles de 'pacificação', fato que resultou na morte de 75% dos Rikbaktsa por conta de doenças como a gripe e o sarampo. 

Em 2019, um grupo de mais de 60 indígenas Rikbaktsa embarcou em uma expedição de 7 dias pela bacia do rio Juruena, entre crianças e anciãos, para mapear espaços importantes do território, conhecidos apenas por tradição oral, a bordo de 10 pequenos barcos.
 
As imagens deste ensaio foram feitas durantes diversas viagens ao território Rikbaktsa em 2019 para uma ONG. As famílias com as quais mantenho contato contam que os Rikbaktsa  fecharam seus territórios durante a pandemia para evitar a chegada do vírus nas aldeias. Helena, uma anciã Rikbaktsa, disse:
"Ano passado, os branco tava queimano a floresta, os pulmão da Terra. Agora uma doença afeta os pulmão das pessoa. Agora tem gente passano o que a gente passou antigamente: lidar com uma doença que eles nunca viro antes."

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Em uma expedição de 7 dias pela bacia do rio Juruena no território Rikbaktsa, um grupo com 60 pessoas, entre crianças e anciãos, se reuniram para mapear espaços importantes do território, conhecidos apenas por tradição oral, em uma expedição de etnomapeamento, a bordo de 10 pequenos barcos.

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RIKBAKTSA

BRASIL, 2019 - EM CONSTRUÇÃO

Já de volta para a aldeia, Rosa e Bueira mostram como fazer um cocar: A arte é extremamente importante na cultura Rikbaktsa. Cada peça tem um significado e pode indicar clã, condição social ou rituais específicos. Tradições como esta também são ensinadas de pais para filhos.

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FAZENDO UM COCAR:

A arte é extremamente importante na cultura Rikbaktsa. Cada peça tem um significado e pode indicar clã, condição social ou rituais específicos.

Outras tradições, no entanto, estão desaparacendo. A principal delas é a 'riscagem' - uma prática de marcar os corpos utilizando ossos de animal como agulha e uma mistura de ervas como tinta.

A prática costumava servir como uma forma de punição ou também como rito de passagem entre as meninas, porém está praticamente substituída pela pintura corporal, com poucas exceções

A anciã Helena é uma das poucas mulheres que ainda carregam essas marcas no rosto.

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“Tem branco que vê indígena com pintura no corpo e pergunta se aquilo é uma tatuagem”, diz Helena. "Agora é, mas NA MINHA ÉPOCA ERA DIFERENTE"

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